O bom saldo de Mato Grosso do Sul na balança comercial neste ano tem vindo muito mais da queda nas importações do que, necessariamente, de um aumento nas exportações, indicam os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O saldo acumulado de janeiro a maio é de US$ 3,25 bilhões, resultado da diferença entre os US$ 4,28 bilhões exportados e os US$ 1,037 bilhão importado pelo Estado nos primeiros cinco meses do ano.
O gás natural continua sendo o principal produto importado que entra em território brasileiro por meio do Estado de Mato Grosso do Sul.
Mas as importações estão em queda ao longo deste ano. De janeiro a maio, as compras de gás boliviano somaram US$ 363 milhões, valor US$ 163 milhões menor do que no mesmo período do ano passado.
Se, para a balança comercial, o aumento do saldo é positivo, para o governo de Mato Grosso do Sul, significa dinheiro a menos no caixa.
Os dólares que deixaram de ser pagos na importação de gás neste ano representam US$ 19 milhões a menos na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
São mais de R$ 100 milhões (na cotação desta segunda-feira, 9 de junho) que deixaram de entrar nos cofres do governo.
Exportações
Se as importações estão em queda, as exportações estão em alta. No período compreendido entre janeiro e maio, Mato Grosso do Sul vendeu US$ 4,28 bilhões a outros países. No mês passado, as exportações somaram US$ 886 milhões.
O produto mais vendido para o exterior é a celulose. O composto, usado na fabricação de papéis, lenços, materiais de higiene, tecidos, embalagens, entre outros itens, passou a liderar a pauta das exportações desde que a megafábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, entrou em operação há aproximadamente um ano.
Neste ano, a celulose já responde por 34% das vendas externas de Mato Grosso do Sul: US$ 1,44 bilhão, nada menos que 78,1% a mais que no mesmo período do ano passado. A variação absoluta é de US$ 632 milhões.
As vendas de soja, com volume parecido ao do ano passado, despencaram em valor por causa da variação negativa do preço da oleaginosa no mercado internacional.
O grão, que costumava ser o principal item exportado pelo Estado, é agora o segundo colocado na lista.
De janeiro a maio, foram exportados US$ 1,16 bilhão em soja, valor 26% menor do que no mesmo período do ano passado. São US$ 409 milhões a menos na receita com a venda do produto.
A carne bovina fresca, refrigerada ou congelada desponta como a terceira colocada em vendas. Foram US$ 606 milhões comercializados nos primeiros cinco meses do ano.
O volume financeiro é 36,5% maior do que no mesmo período de 2024. Em valores absolutos, são US$ 162 milhões a mais.
As vendas para os Estados Unidos nestes primeiros meses do ano ajudaram a impulsionar o volume de carne bovina exportada.
O item é o mais comprado pelos norte-americanos, que se consolidaram como o segundo maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, com aumento de 18,5% nas compras.
O maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul continua sendo a China, cujas compras se mantêm estáveis. Atualmente, os chineses respondem por quase a metade das exportações locais: 46,2% de participação.
Veja os números dos dois maiores parceiros:
China:
Estados Unidos:
Países Baixos (Holanda):
Argentina:
Itália:
Eduardo Miranda - www.correiodoestado.com.br