Somente em 2025, 17 mulheres se tornaram vítimas do feminicídio em Mato Grosso do Sul. Por isso, girassóis foram plantados na praça Nestor Pires Barbosa, em Maracaju, para eternizar a memória daquelas que perderam a vida para esse tipo de crime.
Cada flor recebeu uma placa com identificação, que trazia as iniciais das vítimas, idade, data e forma como a morte aconteceu.
O jardim criado na região central da cidade, traz a reflexão para sociedade sobre esse tipo de violência, conforme relata a coordenadora de Políticas Públicas do município, Jamaika do Carmo.
“Eu pensei junto com a equipe em plantar girassol porque é uma flor que sempre está virada para o sol, para a luz, para brilhar. Mas infelizmente, essas 17 vítimas que estavam ali representadas pelo girassol foram 17 vítimas que não conseguiram acordar no dia seguinte para ver o sol brilhar”, lamenta Jamaika.
Maracaju não encarava o feminicídio há 4 anos. No dia 20 de junho, Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas pelo companheiro, colocando a cidade na rota dos municípios que registraram o crime.
Vítimas
De janeiro a junho de 2025, mulheres com idades entre 23 e 59 anos, além de uma criança de apenas 10 meses, foram mortas por pai, companheiros, ex-companheiros e até colegas de trabalho.
Abaixo estão os nomes de todas as vítimas do feminicídio em MS, em 2025:
Sala lilás - Mais cedo, durante a 23ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Maracaju, os vereadores aprovaram por unanimidade o Projeto de Lei nº 020/2025, que dá o nome da técnica em enfermagem Ivanir Rodrigues Antunes à Sala Lilás do município.
O espaço, voltado ao atendimento humanizado de mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, foi inaugurado no Hospital Soriano Corrêa da Silva.
A homenagem reconhece a trajetória de Ivanir. Ela foi brutalmente assassinada aos 35 anos, vítima de feminicídio em fevereiro de 2021, em Maracaju.
Segundo a Polícia Civil, o crime foi cometido pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento.
Ele foi preso dias depois, em Sidrolândia.
Loraine França e Antonio Bispo / Redação PP